Odete de Pilar e a Ciranda Nova |
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Odete de Pilar/PB
Cambindas de Lucena/PB
Constituído por pescadores do município de Lucena, as Cambindas Brilhantes de Lucena são uma expressão cultural muito singular. O grupo é formado apenas por homens, que, vestidos de mulheres, se agrupam em duas alas, uma azul e outra encarnada. A presença da boneca Leopoldina é bastante marcante daquela manifestação, remetendo, para alguns pesquisadores, ao totem do maracatu rural, e à tradição das festas do Rosário, e, para outros, à representação da Princesa Isabel, numa alusão à libertação dos escravos. Conta uma das várias teorias sobre as primeiras cambindas que estas teriam sido criadas na data de 13 de maio de 1888, para comemorar a promulgação da Lei Áurea, quando, embriagados, os negros libertos teriam se vestido de mulher, para comemorar a abolição.
Reisado de Zabelê
Reisado de Zabelê |
O reisado é uma expressão cultural composta de cantos, danças e dramas ligados originalmente às tradições religiosas e aos eventos do ciclo natalino. Brincadeira de rua, o Reisado de Zabelê teve início em 1919, por iniciativa do mestre de reis alagoano Manoel Venceslau da Silva oriundo de Nova Palmares/AL, cujos descendentes são quem participa daquela expressão. Hoje a brincadeira acontece na igreja matriz e em ruas, casas, sítios, escolas, clubes de Zabelê e de outros municípios.
Cirandeiros do Vale do Gramame
Seu João da Penha Engenho Velho - João Pessoa/PB |
Com suas zabumbas de corda, caixas e ganzás, os Cirandeiros do Vale do Gramame estão entre os principais responsáveis pela continuidade das tradições do litoral sul pessoense. Na região do Engenho Velho e proximidades, além do coco e cirandas tradicionais, é conhecida a existência de quadrilhas juninas locais. O grupo gravou um CD recentemente, repleto de cocos e cirandas, muitas das quais de autoria própria, em que refletem sobre a comunidade em que vivem, seus dramas e a relação com a natureza.
Coco de Roda Indígena da Aldeia Cumaru - Baía da Traição/PB
Seu Dadá - cacique da Aldeia Cumaru Baía da Traição/PB |
O coco é uma expressão cultural típica, transmitida pela oralidade em muitas aldeias indígenas paraibanas.
Elemento de coesão comunitária nas aldeias potiguara, o coco, assim como o toré e as lapinhas persistem fortes e têm agido como marcas da identidade étnica dos índios da Baía da Traição.
Passados anos de conflito com os usineiros pela propriedade das terras, os direitos dos potiguaras foram enfim reconhecidos, judicialmente inclusive, mas suas lutas persistem. Há relatos antigos de pessoas, documentados em teses de mestrado acessíveis na biblioteca da UFPB, que fazem referência a assassinatos por ocasião da luta fundiária, decorrentes do simples fato de as pessoas se assumirem como índios, o que poderia significar o interesse pela terra.
Acreditamos que o fomento às formas de expressão do povo potiguara exerce o papel de contribuir para o empoderamento simbólico, reata os laços culturais dispersos e toma partido pelo povo indígena nessa história de luta.
Samba de Pareia - Laranjeiras/SE
Samba de Pareia - Laranjeiras/SE |
O samba é uma manifestação de canto e dança de origem africana, brincada nos terreiros das casas grandes, para amenizar o trabalho do eito.
O Samba de Pareia é um Grupo formado por mulheres, sendo os instrumentistas as únicas figuras masculinas do grupo. A indumentária é alegre e simples, utilizando um chapéu de palha como adereço.
Diz-se que quando uma criança nascia nos engenhos, as escravas uniam-se para fazer a festa e sambavam em pares, tendo como ponto forte o sapateado, para comemorar a vida através do nascimento. Essa tradição persistiu diante do tempo em algumas das comunidades afrodescendentes do Sergipe.
O samba de Pareia mantém as características dos seus antepassados. O Samba de Pareia de Laranjeiras é uma das mais importantes expressões culturais afrodescendentes do Estado de Sergipe.
Para saber mais:
Cacumbi do Mestre Deca - Laranjeiras/SE
Seu Deca - Cacumbi |
O município de Laranjeiras é um poço de manifestações culturais populares.
Maiores informações sobre o Cacumbi do Mestre Deca, aqui:
Jongo do Pinheiral/RJ
A comunidade negra de Pinheiral perpetuou a dança do jongo, passando-a de geração em geração, preservada por moradores e familiares desta cidade, conhecida como a terra dos jongueiros. O Jongo de Pinheiral chama atenção por sua originalidade, tradição e por seus belíssimos pontos que são acompanhados por dois tambores: o tambor grande e o candongueiro. Os tambores são percutidos com o macuco (pedaço de pau utilizado para fazer o contra tempo entre os tambores).
Em dezembro de 2005, o jongo foi tombado como patrimônio histórico cultural imaterial do Brasil pelo governo federal cuja mais uma conquista para todas as comunidades jongueiras que lutam pela valorização da cultura popular.
Em dezembro de 2005, o jongo foi tombado como patrimônio histórico cultural imaterial do Brasil pelo governo federal cuja mais uma conquista para todas as comunidades jongueiras que lutam pela valorização da cultura popular.
Coco do Galo Preto - Recife/PE
Nascido em 1935, no quilombo de Santa (Rainha) Izabel, , município de Bom Conselho de Papa Caças, agreste pernambucano, é o último remanescente da tradição do coco (dança, ritmo e cântico) daquela região. Galo Preto foi parceiro de grandes nomes da música brasileira, como Jackson do Pandeiro, Cauby Peixoto, Arlindo dos Oito Baixos, Luiz Gonzaga, Jacinto Silva, dentre outros grandes nomes da década de 70. Apresentou-se em grandes programas da televisão brasileira, tendo reconhecimento nacional, sobretudo pelas suas requintadas rimas, e profundas poesias de repente. Participou do filme “Galo Preto, o Menestrel do Coco” (2010), média metragem de Wilson Freire Mestre. Hoje aos 75 anos de idade é certamente uma importante referência da cultura pernambucana.
Banda de Congo Panela de Barro - Vitória/SE
A Banda de Congo é, de forma resumida, um conjunto musical regional e típico das regiões litorâneas do Espírito Santo. A manifestação de congo toca e canta principalmente em festas religiosas, como as de São Benedito, São Pedro, São Sebastião e Nossa Senhora da Penha.
No passado era a forma que os escravos encontravam para homenagear seus santos de devoção, já que eles não podiam participar das festas oficiais da Igreja Católica.
Um grupo de congo é composto por pessoas simples, que utilizam instrumentos rudimentares, produzido por eles mesmos: pau oco, barricas, taquaras, peles de animais, folhas-de-flandres e ferro torcido. A banda ainda possui como instrumentos tambores, caixas, cuícas, chocalhos, casacas, ferrinhos ou triângulos e pandeiros.
Acompanhando o som desses instrumentos, homens e mulheres cantam velhas e tradicionais toadas, com referências à escravidão, à guerra, aos santos de devoção popular, ao amor, à morte e ao mar.
As toadas são marcadas pelo alongamento das vogais finais no fecho dos versos, dando um tom melancólico entre as batidas de percussão.
As bandas de congo estão sempre presentes nas festas de São Benedito, santo padroeiro dos náufragos desde o século XIX. Dentre os grupos, está a Banda de Congo das Paneleiras, fundada em 1938 com o nome de Banda de Congo de Goiabeiras. Seus 42 componentes já fizeram mais de 100 apresentações em todo o Espírito Santo.
Maracatudo Camaleão - Olinda/PE
Maracatudo Camaleão Olinda/PE |
O Maracatudo Camaleão foi fundado em 08.04.1990, no terreiro de Mãe Neide, com apenas um tambor furado. Mas o desejo dos que compunham foi tão expressivo que a persistência fez com que eles saíssem pela primeira vez em Olinda alguns anos depois. Com o figurino da Corte emprestada por Dona Eudes, do Maracatu Porto Rico, o Camaleão fez as honras do Carnaval de Olinda em 1994. E de lá para cá, são mais de dez anos batucando pelas ladeiras de Olinda, todos os sábados de Carnaval. Toques como Luanda Martelo e o Elujá para Xangô, fazem parte da tradição deste grupo, liderado por Márcio Carvalho. Aos que assistem a passagem do Camaleão, percebe-se um misto de religiosidade e percussão latente a tradição Afro-brasileira que esses carregam. Este é mais um espaço aos que simpatizaram com o Camaleão e querem ficar por dentro do que acontece após o carnaval.
Vó Mera e seus Netinhos - Rangel - João Pessoa/PB
Vó Mera é um dos expoentes mais carismáticos da cultura popular paraibana. Moradora do bairro do Rangel, conta ela que o primeiro coco de que participou aconteceu na cidade de Alagoinha/PB. Tradicional das festas juninas, era comum também a ocorrência da brincadeira durante a queima das peças de barro e madeira em fornos e carvoeiras. A queima às vezes durava a noite inteira e era necessário que as pessoas ficassem acordadas para evitar que as peças queimassem e a carvoeira apagasse. Vó Mera hoje se apresenta juntamente com os seus netos e possui um CD gravado de nome “Vó Mera e Seus Netinhos”. Recentemente o seu nome foi atribuído ao anfiteatro localizado na praça de seu bairro.
Maracatu Leãozinho das Flores - Pedras de Fogo/PB
Congos de Pombal/PB
Os Congos de Pombal |
Merece destaque a cultura popular de Pombal, no sertão paraibano, em especial no que diz respeito à comemoração da Festa do Rosário, em que costumam se apresentar grupos como os Negros dos Pontões, os Congos e o Reisado. Os Congos de Pombal são de extrema importância para a cultura brasileira vindo, inclusive a constar da pesquisa das Missões Folclóricas, de Mário de Andrade.
Caiana dos Crioulos - Alagoa Grande/PB
Dona Edite Caiana dos Crioulos Alagoa Grande/PB |
Caiana é uma comunidade quilombola localizada no município de Alagoa Grande, sendo nacionalmente reconhecida como um dos 35 legítimos quilombos paraibanos. Uma das versões sobre a origem da comunidade conta que Caiana, no passado, chegou a ter por volta de 2 mil habitantes, descendentes diretos de escravos que se instalaram no local onde vivem por volta do século XVIII, vindos de Mamanguape, após uma rebelião ocorrida em um navio que aportou em Baía da Traição, na época. Outra teoria conta que Caiana surgiu após a dissolução do quilombo dos Palmares. Ainda hoje se vêem as tradições herdadas de seus antepassados africanos. Seus instrumentos, suas músicas, suas danças e costumes ainda guardam muito de sua cultura e história. O coco e a ciranda são ainda importantes manifestações culturais do lugar. Dentre tantas, pode-se dizer que Dona Edite é uma das principais referências culturais da comunidade, sendo Caiana um dos principais patrimônios culturais da Paraíba.
Cavalo Marinho Infantil do Mestre João do Boi - Bairro dos Novais/João Pessoa/PB
Mateus e Birico do Cavalo Marinho Infantil do Mestre João do Boi |
O Cavalo Marinho Infantil do mestre João do Boi foi criado em 1967, no Bairro dos Novais - João Pessoa, constando inclusive em registro do folclorista Câmara Cascudo. Educador nato, João do Boi nasceu em Bayeux e tem ensinado às crianças o amor à cultura popular, perpetuando os conhecimentos tradicionais do cavalo marinho através de seu espírito brincalhão.
A brincadeira representa um auto da morte do boi, onde as crianças dançam ao som de banjo, triângulo, reco e pandeiro e se apresentam figuras como o Mateus, o Birico, a Catirina, a Margarida, a burra, o urubu, o bode e o boi. Gravaram recentemente o CD “Cavalo Marinho e Boi de Reis na Paraíba”.
Cavalo Marinho de Bayeux/PB
Herança deixada pelo mestre Gasosa, o Cavalo Marinho de Bayeux hoje é conduzido pelo mestre Zequinha. O cavalo marinho é uma variante da brincadeira do boi e apresenta personagens humanos (como o Mateus, o Birico, o Contramestre, os Galantes), animais (como o Boi, a Burra, o Bode, o Cavalo Marinho) e mitológicos (como o Jaraguá, o Arrelequim e o Gigante). Rabeca, pandeiro e triângulo fazem a música para as pessoas dançarem e brincar a noite inteira, ao som de toadas, aboios, baianos e louvações.
Babau Joaquim Guedes - Bairro dos Novais/João Pessoa/PB
Babau Joaquim Guedes - Bairro dos Novais João Pessoa/PB |
O principal expoente da cultura do Babau em João Pessoa foi o Mestre Joaquim Guedes, que dedicou 65 anos de sua vida a dar vida a bonecos como o Coronel João Redondo, o Nego Benidito, o Padre João do Queixo Fino, a Cobra, o Pelotão de Soldados, o Satanás com o Rabo Chamejante, a Quitéria mãe de Benedito, a Alma e outros.
Nascido em Alhandra/PB, Joaquim Guedes começou a fabricar seus bonecos aos nove anos de idade, usando coco verde para entalhar as primeiras figuras de seus personagens. Mais adiante, passou a usar madeira de imbaúba, mulungu ou jangada. Com seu falecimento, assumiu a brincadeira seu filho Edvaldo Nascimento da Cunha, mais conhecido por Vavau, que atribuiu em homenagem ao pai o nome Babau Joaquim Guedes a seu teatro de mamulengos.
Babau Falante do Mestre Clébio - Guarabira/PB
Babau Falante do Mestre Clébio |
Martins Bezerra, o Mestre Clébio, iniciou com a arte do babau no grupo "Os Bonecos Chegaram", junto com o Mestre Clóvis há trinta anos. Acompanhando as apresentações do ventríloquo Professor Chaves, sua principal referência, passou a interessar-se pela ventriloquia, arte que carrega até os dias atuais. Clébio não sabe dizer com precisão, mas acredita que seu mestre fez carreira, seguindo lições de Cilaio Ribeiro, outro grande nome da arte da ventriloquia.
Apresenta no seu show quatro bonecos, o Cacimiro, o Birino, Dona Rosa e o Ventania, estes três primeiros confeccionados e doados pelo Mestre Clóvis e o quarto boneco confeccionado pelo próprio Mestre Clébio. Os irmãos costumam fazer apresentações em sítios de Guarabira.
Policial militar, Clébio conta que prefere a denominação "babau" para sua brincadeira, pois é a designação que se consagrou no interior da Paraíba e aquela que defende por onde passa.
Projeto Brincantes Brasileiros na Paraíba
A Fundação Cultural de João Pessoa está realizando o Projeto Brincantes Brasileiros na Paraíba, que contará com a participação de grupos de cultura popular tradicional de várias localidades de todo o Brasil.
O evento acontece entre os dias 30 de julho e 06 de agosto de 2011, com o propósito de promover as manifestações culturais populares, sendo a oportunidade para o público ter contato com expressões que marcam a diversidade cultural de todo o país.
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